Nessa época de eleição, tenho conversado com muitos
candidatos, tanto a prefeito como a vereador e só escuto críticas e
lamentações, principalmente sobre a legislação do TRE.
Os candidatos a prefeito criticam a camisa de força em que
foram colocados, com uma legislação quase draconiana, transformando o que
antigamente era uma festa da democracia, em uma tortura ameaçadora sob a espada
do “pode/não pode”. Uns acreditam que essa legislação foi muito bem vinda e
outros não se conformam com as
restrições absurdas e ditatoriais que mais confundem que explicam. A legislação
provocou alguns resultados positivos, sem dúvida, livrando as ruas do lixo de
santinhos e de toda sujeira de políticos sem educação. O mercado de trabalho
também foi afetado diretamente. Por exemplo, as gráficas continuam faturando,
pois os impressos não foram proibidos. Já os cantores, músicos e toda sorte de
artistas, foram prejudicados, vez que não pode se apresentar em comícios e
reuniões com os candidatos. Mataram a festa. Os profissionais de serigrafia
ficaram de mãos abanando, quando a melhor época de trabalho era, exatamente a
campanha eleitoral. Isso sem falar na indústria de brindes e lembrancinhas onde
os eleitores levavam pra casa o seu candidato com o número correto para uma
possível “cola” no dia da votação.
Pois é. As coisas mudaram. Não sei se pra melhor. Pra mais
triste e mais ranzinza e agressiva, sem dúvida. Precisamos rever a tal lei
eleitoral que sob a desculpa de preservar a equalidade das oportunidades,
colocou um garrote vil na democrática participação popular em ritmo de festa e
alegria. Alguns candidatos a prefeito acham muito bom, pois alegam que assim
gastam menos (pelo menos aparentemente), praticamente se concentrando nos
programa de rádio e televisão. Passam a ser quase que um produto, como um
sabonete,uma cerveja ou um carro, de acordo com o seu marqueteiro. Passamos a
ser induzidos muito mais pelo marketing do que pela essência e propostas do
candidato.
Os esforçados e desesperados candidatos a vereador, ficam
como doido, na espera das migalhas que lhe sejam oferecidas pelos candidatos
majoritários, para que possa incrementar
seu sonho. Com algumas raras exceções, tem candidatos à vereança que mantém a
sua dignidade e sua conduta correta, utilizando de seus recursos legais e, mais
que isso, de sua imaginação fértil para ser conhecido e reconhecido pelo seu
público eleitor. Assim vamos cantando o “Réquiem” numa festa popular, onde o
defunto é o próprio povo que vai se afastando do movimento político por motivos
óbvios e tristes.
Precisamos urgentemente uma reforma político/eleitoral, onde
não culpem a janela pela paisagem, devolvendo ao povo o direito de participação
com alegria na escolha de seus dirigentes.
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