sexta-feira, 29 de junho de 2012

EDITORIAL


Fico entre o perplexo  e o frustrado, vendo os índices de aprovação, quase sublimação da Presidente Dilma Rousseff. Vê se dá para entender. Esses são os índices: 59% dos entrevistados consideram o atual governo, bom ou ótimo. Na última pesquisa tinha dado 55% de aprovação. Quer dizer, subiu a aprovação em 4%. Será que foi em função da posição inconstitucional de Dilma no caso do ex-Presidente Fernando Lugo, cassado no  Paraguai?  Só pra lembrar o Art. 4º, Inc. III da Constituição brasileira reza:
Autodeterminação dos povos.
A ingerência do Brasil nos assuntos internos do Paraguai é uma agressão à nossa constituição. Nem mesmo nossos juristas se manifestaram em relação a celeridade processual em rito sumaríssimo, o que poderia deixar alguma dúvida no processo.
No mais o país vizinho tem sua Constituição e, ao que parece, foi respeitada no que tange ao processo de cassação, por não determinar o prazo para a defesa do acusado, no caso o Presidente da República Paraguaia.
Fico pensando que se levarmos em conta os países que “gritaram” contra a cassação, não seria mais uma expectativa de autodefesa de seus dirigentes? Equador – Rafael Correa, Peru – Ollanta Humala,  Venezuela – Hugo Chavez, Argentina - Cristina Kirchner  e Dilma Rousseff  do Brasil.
O brasileiro está acostumado a ver a lei como uma coisa distante e não muito bem praticável. Na verdade quando alguém cumpre suas leis, isso causa espanto para um povo não acostumado a respeitar as suas próprias.
Vamos lembrar outro caso que está nas mídias dos grandes veículos. Um brasileiro foi condenado à morte na Indonésia por tráfico de drogas. Depois do julgamento, cumprindo os ritos daquele país soberano, ainda restou o pedido de clemência ao Presidente da Indonésia que está pra decidir. Tomara que aceite o pedido.
Essa lição deveria servir pra todos nós entendermos que leis foram feitas para serem cumpridas e, que  quem não as cumpre, deve se responsabilizar pelas conseqüências.
Se assim for, com certeza, teremos muito menos crimes aqui no Brasil e não exporíamos mais  o nosso país com pedidos de clemência, que, mesmos justos, desgastantes e até vergonhosos para todos nós.
Esse é o princípio legal. À toda lei, existe uma sanção para  garantir o seu cumprimento. Aqui no Brasil já está arraigada a mentalidade de “leis” que pegam e “leis” que não pegam. Em função disso, o crime campeia solto pelos nossos brasis varonis, com PCCs dando ordens de dentro dos presídios, “policiais” fazendo um comércio paralelo de justiça, prendendo pra cobrar a soltura, servidor público criando dificuldade para vender facilidade e assim por diante. O exemplo tem que vir de cima. Portanto o comportamento da Presidente Dilma em relação ao Paraguai nos dá a sensação que ela mesma, não acredita que mesmo desrespeitando a Nossa Carta Magna, nada vai lhe acontecer, visto que seu índice de aprovação popular está bem próximo dos 60%.
Essa sensação de impunidade motiva aos menos aquinhoados, a se manifestarem a seu bel prazer, porque vai que essas leis que estão aí, sejam as tais que “não pegaram”.
Esse é o nosso país dos pedidos de clemência e não do pedido para que se cumpram as leis.

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