O Brasil não é só país da piada pronta. É o país da
palhaçada generalizada que transita nos Três Poderes. Quem tem acompanhado a
tal CPMI do Cachoeira, é testemunha do que eu digo.
Claro que todos os Parlamentares já sabiam do silêncio
garantido pela Constituição Federal, ao bicheiro Cachoeira. Aí então, muitos se
colocam como estupefatos com a posição do indiciado no inquérito, esbravejando
diante das câmaras de televisão, como se estivessem mesmo irritados com tal
fato que já sabiam que ia acontecer.
Palhaçada de um Parlamento que é um dos mais fracos da
história da nossa República. A busca por holofotes, deixa cair as máscaras dos
mais arrogantes e falsos moralistas, transformando-os em paladinos da justiça e
do direito.
A palhaçada começa com a tal Comissão Parlamentar Mista de
Inquérito. Ora uma CPMI é para investigar participação de parlamentares em
crimes e quebra de decoro e não bandidos comuns.
Dirão alguns: “mas estamos buscando exatamente isso.” Nesse
caso, então porque não investigam primeiramente os corruptores, na forma da
lei, ou seja, se crime federal, pela Polícia Federal e Ministério Público
Federal.
Constatado os crimes investigados pela PF e a participação
de Parlamentares, aí sim. A CPMI iria buscar a aplicação da punição
político-administrativa aos corruptos.
Da mesma forma as providencias deverão ser tomadas quando os
envolvidos forem membros do Judiciário ou do Executivo.
Não podemos transformar crimes comuns, como roubo, formação
de quadrilha, falsificação de documento, apropriação indébita, como é o caso,
dando a eles a condição de crimes políticos.
Não são! Devem ser tratados como criminosos comuns, que são.
Então a sugestão lógica é que a Polícia Federal, “in
casu” investigue os marginais corruptores, apresentando as
conclusões de seus inquéritos para as autoridades competentes tomarem as
medidas legais cabíveis para os casos.
A Polícia Federal tem que ser respeitada para cumprir as
suas funções constitucionais, sob pena de continuarmos a ser, não só o país da
piada pronta, mas da palhaçada legalmente institucionalizada, onde o crime
compensará sempre.
Passar por esse ridículo, como passou a CPMI, mostrando ao
resto do mundo a nossa condição de incapazes de encarar de frente as nossas
mazelas, são fatos que poderiam e deveriam ser evitados, não só pelas leis que
os amparam mas, acima de tudo, pelo princípio do bom senso que falta aos nossos
Poderes Constituídos e nos envergonham tanto.
Urge a reforma política, assim como urge também a tomada de consciência
pelos nossos representantes políticos, em uma auto-avaliação moral.
O Congresso é a cara da população. Muito bem. Então vamos
mudar a nossa cara. Vamos voltar a ser os “caras-pintadas” para revertermos a
desordenou que se instalou por interesses de alguns, tão bandidos como os que
estão sendo investigados.
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