quinta-feira, 24 de maio de 2012

EDITORIAL


O Brasil não é só país da piada pronta. É o país da palhaçada generalizada que transita nos Três Poderes. Quem tem acompanhado a tal CPMI do Cachoeira, é testemunha do que eu digo.
Claro que todos os Parlamentares já sabiam do silêncio garantido pela Constituição Federal, ao bicheiro Cachoeira. Aí então, muitos se colocam como estupefatos com a posição do indiciado no inquérito, esbravejando diante das câmaras de televisão, como se estivessem mesmo irritados com tal fato que já sabiam que ia acontecer.
Palhaçada de um Parlamento que é um dos mais fracos da história da nossa República. A busca por holofotes, deixa cair as máscaras dos mais arrogantes e falsos moralistas, transformando-os em paladinos da justiça e do direito.
A palhaçada começa com a tal Comissão Parlamentar Mista de Inquérito. Ora uma CPMI é para investigar participação de parlamentares em crimes e quebra de decoro e não bandidos comuns.
Dirão alguns: “mas estamos buscando exatamente isso.” Nesse caso, então porque não investigam primeiramente os corruptores, na forma da lei, ou seja, se crime federal, pela Polícia Federal e Ministério Público Federal.
Constatado os crimes investigados pela PF e a participação de Parlamentares, aí sim. A CPMI iria buscar a aplicação da punição político-administrativa aos corruptos.
Da mesma forma as providencias deverão ser tomadas quando os envolvidos forem membros do Judiciário ou do Executivo.
Não podemos transformar crimes comuns, como roubo, formação de quadrilha, falsificação de documento, apropriação indébita, como é o caso, dando a eles a condição de crimes políticos.
Não são! Devem ser tratados como criminosos comuns, que são.
Então a sugestão lógica é que a Polícia Federal, “in casu”  investigue os  marginais corruptores, apresentando as conclusões de seus inquéritos para as autoridades competentes tomarem as medidas legais cabíveis para os casos.
A Polícia Federal tem que ser respeitada para cumprir as suas funções constitucionais, sob pena de continuarmos a ser, não só o país da piada pronta, mas da palhaçada legalmente institucionalizada, onde o crime compensará sempre.
Passar por esse ridículo, como passou a CPMI, mostrando ao resto do mundo a nossa condição de incapazes de encarar de frente as nossas mazelas, são fatos que poderiam e deveriam ser evitados, não só pelas leis que os amparam mas, acima de tudo, pelo princípio do bom senso que falta aos nossos Poderes Constituídos e nos envergonham tanto.
Urge a reforma política, assim como urge também a tomada de consciência pelos nossos representantes políticos, em uma auto-avaliação moral.
O Congresso é a cara da população. Muito bem. Então vamos mudar a nossa cara. Vamos voltar a ser os “caras-pintadas” para revertermos a desordenou que se instalou por interesses de alguns, tão bandidos como os que estão sendo investigados.

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