quinta-feira, 1 de março de 2012

EDITORIAL


O Estado Brasileiro, desde há muito tempo vem sendo conivente com crimes bárbaros, hediondos, de lesa-pátria e de calamidade pública e o pior, ninguém se manifesta. Não vou falar aqui das tragédias anunciadas no período das chuvas em todas as regiões do Brasil. Todos os anos têm, todos os anos choramos, os políticos vão pra frente da TV e fazem cara de revolta, os mortos são desenterrados para serem enterrados, o pobre sem casa e sem rumo e a vida (quase) continua. Ninguém se manifesta efetivamente. Só fazem o “oba, oba” natural e fica por isso mesmo.
Os Governos anunciam compulsoriamente os aumentos dos combustíveis, do IPTU, do IPVA, do IPI e de todos os que mais lhe agradarem e o povo fica como se estivesse em pleno paraíso terrestre.
As falcatruas com o dinheiro público acontecem a todo instante em todos os níveis de administração e ninguém se movimenta para fazer a constatação e reclamar de fato, exigindo a verificação e a devolução da verba usurpada de alguma maneira. É a verba para a construção dos estádios para a “bendita” Copa do Mundo, que cresce e desaparece, a verba para a agilização dos transportes que se multiplica, se transforma para a mesma, e também desaparece o dinheiro pago indevidamente aos Juizes e Desembargadores que fica por isso mesmo e tantas outras lesões morais, legais e inconstitucionais que fazem ao povo e ao país e ninguém se movimenta. É como se o Brasil fosse governado por um Rei ou uma Rainha, em estado de Poder Executivo absoluto. Onde andam os Poderes Legislativo e Judiciário para fiscalizarem as ações, omissões e perversões não só do Executivo como as próprias? Tudo isso são agressões, ilegalidades e crimes que o Governo, como um todo, comete contra o país e contra os brasileiros. O Governo é composto de três Poderes. Portanto não adianta olhar o rabo do macaco se o seu rabo está no meio do caminho e bem atrapalhado.
Um exemplo clássico é a calamidade pública que o Brasil sofre hoje com os acidentes de trânsito que quintuplicaram nos últimos anos. Claro, acidente, até certo ponto, são normais. O que nos espanta é que o Governo tem a maior parte da culpa de tudo isso. Não é que eu esteja tirando o corpo fora da culpa da população, ou seja, da nossa culpa.
Estou chamando a atenção para a grande culpa do Governo, por exemplo, quando isenta o IPI das motos para aumentar a venda desse tipo de veículo e não proporciona instrução de direção para os condutores dos tais veículos que passam por “cursos” e “exames” nos DETRANs dos estados que sequer tem condições de fiscalização. Ensinar, não ensinam, fiscalizar não fiscaliza. No máximo, chamam o SAMU, o Corpo de Bombeiros para recolher os corpos inertes e os acidentados ainda com vida que ficarão com seqüelas para o resto da vida com o custo pago pelos que estão em atividade laboral. É ou não é um crime, tal ação do Governo? Não seria mais lógico ao invés da isenção do IPI das motos, investir o valor dessa isenção na melhoria do transporte coletivo, proporcionando meios de locomoção dignos para a população? Onde estão os Ministérios Públicos Estaduais e Federais que se acomodam no conforto de seus gabinetes? O Brasil exige que mais que bons salários pagos aos servidores, que as instituições as quais pertencem, cumpram o seu dever constitucional.
Por que não isentar impostos de gêneros de primeira necessidade, de medicamentos, de livros, cadernos?
Falta planejamento ou falta mesmo é inteligência ao nosso governo constituido?
Chorar pelos nossos mortos em acidentes não adianta pois não irá traze-los de volta. Talvez chorar para que o governo tenha o mínimo de sensibilidade e chame pra si a responsabilidade tripartite do Executivo, Legislativo e Judiciário, para o bem do Brasil e não transfira para um grupo de aproveitadores incompetentes travestidos de administradores públicos. Esses, comprovadamente, não resolvem nada. O interesse deles é outro. Vamos Brasil, ainda temos jeito!

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