Ao som das marchinhas, do frevo e do maracatu, o Brasil vai caminhando para iniciar o ano. Os mascarados continuam durante o ano todo aprontando das suas e os palhaços dando risadas de suas próprias palhaçadas. Esse é o Brasil, terra do samba e pandeiro.
Enquanto isso, no Planalto Central, a briga por cargos e posições de prestígio no governo Federal é tamanha que já chegamos, há muito, à autofagia. Tem membros de partido que estão se engolindo sem o menor pudor e ainda arrotando alto para mostrar a sua satisfação. É isso que dá tentar cruzar jacaré com cobra d’água, ou se preferir, somar a fome com a vontade de comer.
Imaginem vocês, o PT e o PMDB se digladiando para ver quem está com o maior quinhão dentro do Governo. Imagine os dois atracados ao mesmo cargo e nenhum dos dois querendo largar. Só pode dar no que estamos vendo. São “amigos” se alinhando, dirão os mais moderados. São “eles” que querem ficar com tudo e não nos dar nada, dirão os mais exaltados e excluídos. Isso já era de se esperar. A governabilidade não pode se deixar ficar refém desse tipo de comportamento de bárbaros, ou piratas se matando pelo butim. A nossa política não pode ser medida por comportamento baixo como esse que estamos vendo e que existe há muito tempo e tido como natural em nossa vida política. Isso não é natural coisa nenhuma. Isso é uma aberração advinda do coronelismo e centralismo totalitário de governos hereditários, por sangue de parentesco ou por sangue de inimigos.
O Parlamento de hoje, segundo algumas opiniões, é um dos mais fracos que já foram eleitos em todos os tempos da nossa República. Claro que temos exceções honrosas, poucas, é verdade, mas temos. Os cientistas políticos chamam isso de exercício democrático na escolha de nossos representantes. Necessitamos urgentemente uma Reforma Política, onde possamos, de fato, ser representados não pela quantidade, mas pela qualidade dos nossos representantes. Talvez o voto distrital, ou distrital misto. Temos que cobrar mudanças nesse sistema eleitoral para que, de fato, não tenhamos um governo refém de seus “aliados” nem representantes sem representados.
Eu vou mais além. Acredito que estamos maduros para poder escolher a forma de governo que pretendemos. Presidencialismo ou Parlamentarismo. Claro, isso já foi motivo de plebiscito e o Parlamentarismo perdeu. Por isso eu digo, hoje estamos mais maduros politicamente, tendo uma democracia mais sedimentada e somos um povo carente de exercer nossos direitos na plenitude, tendo realmente os representantes que escolhermos. O Parlamentarismo acabaria com essa negociata de “apoio à governabilidade” e tiraria o quase poder absoluto do ou da Presidente da República.
Creio que está na hora de pensarmos novos rumos para a nossa vida nacional. Hoje estamos carente não de idéias, mas de um líder que saiba levar nossas idéias e ideais adiante, sem medo de sabotagem por esse ou aquele partido “amigo”. Vamos pensar nisso. Vamos conversar com os amigos, debater, propor, enfim, iniciar um novo modelo de administração que queremos e precisamos. Taí a sugestão!
Enquanto isso, os tamborins, cuícas e repiniques estão a todo vapor!
Feliz Ano Novo, claro, depois do carnaval!

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