quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

EDITORIAL


Greve da PM na Bahia. Ameaça de greve nas PMs de mais nove estados. Mais ameaça de greve de Policiais Civis, Professores, Servidores Públicos em muitos estados. Cobrança do povo aos políticos e Entes Públicos de maneira mais efetiva e presente. 
Seria isso um estado de alerta para o Brasil? Como estariam recebendo isso os nossos governantes. Como estariam vendo esse movimento os Senadores, Deputados Federais e, pelo efeito cascata, os Governadores dos Estados, Deputados Estaduais, Prefeitos e Vereadores? Passaria pela cabeça deles que essa manifestação pública poderia ser ou colocar em risco as suas tranqüilas e estáveis condições? Será que ainda não acendeu nenhuma luzinha vermelha para, pelo menos, alerta-los de que alguma coisa está indo mal? Que há algum risco iminente? Será que pela própria ignorância e pelo comodismo “natural” da safra de políticos isso não lhes diz respeito? Que desse mal eles não morrerão? Já não seria hora de uma reavaliação de seus comportamentos? De uma reaproximação, de maneira sincera, com o público que o elegeu? Espero que esse movimento produzido pela sociedade, seja mesmo um aviso claro para as autoridades, chamando a atenção para a força que está adormecida numa população que está tomando consciência de sua força, que pode, a qualquer momento, despertar para um novo amanhecer.
A esperança é que nossas autoridades saibam conduzir com lucidez os reclamos da sociedade, não fazendo pouco caso dessas manifestações, mas se colocando como promotores da paz social e não como donos do poder. Ainda há tempo. A Primavera dos Países Árabes, a intolerância com ditadores e a vontade de fazer sua própria história, são paradigmas que se alastram por  todo o mundo. Nós não estamos em estado ditatorial (literalmente), embora, muitas vezes, a opressão do poder econômico e o abuso de autoridade nos mostrem ou nos coloquem como cidadãos oprimidos e de segunda categoria e que seus direitos são proporcionalmente iguais ao seu poder de consumo.
Temos que ter em mente que DEMOCRACIA não é somente o direito ao voto. É muito mais que isso. É ter respeitado os mandamentos consagrados na Constituição Federal, na plenitude da sua consagração.
Enquanto isso, devemos lembrar à nossa sociedade que a questão que envolveu o CNJ e a STF e as Associações de Juízes, não pode macular toda uma Instituição, como é o Poder Judiciário. Este Poder é, e sempre será, a viga mestra da Democracia. Os homens que o compõem são  passíveis de todas as mazelas, por humanos que são. Portanto, se alguns  membros do Judiciário erraram, não quer dizer que o Poder está corrompido. Não! Definitivamente NÃO!
O Poder Judiciário merece todo o nosso respeito e a sua credibilidade não pode estar em dúvida em momento algum. Podemos discordar de alguma decisão ou até mesmo sentença. Para isso existem os recursos e meios legais para que a justiça seja feita. Se algum Magistrado cometer algum ato que não esteja de acordo com o seu cargo, estão aí as corregedorias dos Tribunais Regionais e até mesmo a Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça.
Que os Poderes constituídos se mantenham, transparentes, legítimos e legalmente afirmados como meios garantidores dos direitos do povo e regulador de suas obrigações. Que a harmonia entre eles seja de fato e de direito para que tenhamos um país soberano e digno dessa brava gente brasileira.

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