O SER E O NADA: EU
Quando eu conseguir lembrar do passado, sem marejar,
De falar de amigos sem sentir a dor no peito,
De ouvir aquela música sem lembrar de você,
De dormir sem te buscar...
Quando eu conseguir sentir saudade sem chorar,
De pensar no Fluminense sem torcer...
De sentir o cheiro das Gerais, sem querer voltar;
De caminhar sem sentir cansaço.
Quando eu achar que a esperança já se foi,
Que a lágrima teimosa não caiu,
Que o sorriso prometido não chegou,
Que a noite não é a véspera do dia...
Quando de tudo isso eu saturar;
Quando eu não puder mais acreditar que posso;
Que o amor deve sempre sobreviver,
Que ainda tenho chances...
Então, por favor, joguem um pano sobre mim
Como se fosse uma cadeira velha e quebrada.
Eu já não serei mais eu. Não serei o ser... eu serei o nada.

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