quinta-feira, 7 de julho de 2011

EDITORIAL

Volto a falar do sistema de saúde no Brasil. É tão bom que jamais um político quis ou foi atendido pelo Sistema Único de Saúde, o famigerado SUS. Ouvi, certa vez, que um deputado (ou senador) havia proposto que todo servidor ou ente público fosse obrigado a ser atendido pelo serviço público. Claro que o tal proponente foi execrado. Tanto é assim que nem sabemos ou lembramos o nome do ousado político. Agora, a proposta dele faz sentido. Vamos analisar: os servidores públicos em todos os níveis, tem planos de saúde particulares ou privados. Sendo assim, que interesse teriam em melhorar um atendimento que eles sequer provaram ou necessitaram? O governo paga no todo ou em parte esses convênios. Esse dinheiro seria muito melhor aplicado se fosse em benefício de todos e não de uma minoria privilegiada. Só pode falar em luz quem conhece ou conheceu a escuridão. Então, a proposta tem bastante fundamento. Você já imaginou chegar de madrugada num posto de saúde e encontrar na fila o deputado que você votou? O senador? O prefeito, vereador? Ia ser, no mínimo curioso!
Acontece que o Brasil é o país do faz de contas. Fala-se em democracia, mas quando a farinha é pouca todo mundo quer seu pirão primeiro. Ainda existe a famosa carteirada. O famoso: “sabe com quem você ta falando?” O próprio atendente vir e oferecer atendimento com prioridade à “autoridade” abusada.
Já disse certa vez e vou repetir. Por muito menos que tudo isso que estamos passando no Brasil, outros países menores até, viram a mesa, quebram tudo e botam pra correr as autoridades que querem se perpetuar no cargo ou que querem eternizar o sofrimento do povo. Estamos falando da saúde. Vamos imaginar a Educação. Maravilha. Livros didáticos distribuídos pelo MEC com erros crassos de português, de matemática, geografia, etc.etc. Merendas podres e em muitos casos, merenda alguma. Salário dos professores aviltante e constrangedor. Professor apanhando de alunos, alunos matando alunos, traficantes adotando alunos nas portas das escolas...
Se formos entrar no assunto Segurança Pública, ficamos perdidos por sequer sabermos a quem recorrer. São tantas polícias separadas que se confrontam e a população se danando nas mãos dos marginais. Esse não é, com certeza, o país que estamos construindo com impostos escorchantes, tirados do nosso feijão com arroz, das roupas dos nossos filhos, dos medicamentos de nossos pais, avós e doentes crônicos que temos em nossas casas sem nenhuma assistência do Poder Público. Não é esse o nosso país. Pode ser o país dos políticos inescrupulosos e imorais, mas não é o nosso país.
O povo precisa participar mais da administração, tomando para si a responsabilidade, por exemplo, de construir ou não o tal do Trem Bala, o aumento do número de vereadores, a criação de novos estados, etc. Não podemos mais ficar de braços cruzados esperando que façam pela gente quando isso é mais que nossa a obrigação de fazê-lo.
Vamos nos inteirar mais sobre o que estão fazendo com a gente e não somente chorar quando vemos na telinha um crime bárbaro envolvendo criancinhas desprotegidas. Afinal todos nós somos hoje, as crianças desprotegidas nas mãos de bandidos de colarinho branco, olhos bem abertos nas contas bancárias e as mãos continuamente nos bolsos. Não nos deles. Nos nossos, claro. Vamos à luta.

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