AÇÃO
A visita surpresa no maior Hospital do Centro-Oeste (Santa Casa de Campo Grande/MS), feita pelo Ministério Público Estadual e pelo Ministério Público do Trabalho, foi um verdadeiro achado. Pessoas amontoadas e morrendo – literalmente – nos corredores, pacientes sendo socorridos por auxiliares de enfermagem, com respiradouros manuais. As alegações de que faltavam respiradouros mecânicos cairam por terra, ao vivo e em cores, nas imagens da TV, que acompanhava a fiscalização. No corredor, apareceram quatro aparelhos novinhos em folha, salas totalmente equipadas para recebê-los, macas novas e encostadas, e o ar espantado do Diretor do Hospital, assegurando que os equipamentos não estavam lá, pela manhã. Não sei de quem é a culpa, mas, se eu fosse um dos Promotores, daria voz de prisão para o diretor, no ato. Foi uma das maiores demonstrações da total e absoluta falta de respeito para com a população. O mais incrível é que o governador do Estado (MS) e o prefeito da capital (Campo Grande) são médicos. Imagina se não fossem? Acredito que o que vimos nessa reportagem seja o quadro geral da saúde no Brasil. Fiquei feliz pela ação dos Ministérios Públicos mesclado com uma grande tristeza de ver pessoas morrendo, como se estivessem num navio negreiro, numa travessia sem fim. Alguma coisa acontece, e outras mais estão por acontecer em breve, como um grito de verdadeira independência do povo brasileiro. Acredito na nova geração de Promotores e Procuradores dos Ministérios Públicos, da Polícia Federal e de Órgãos que estão recebendo jovens idealistas e, ainda, sem o ranço que provoca tanto caos.
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