sexta-feira, 20 de maio de 2011

EDITORIAL


É interessante como pra uns pode tudo e pra outros tudo é extremamente proibido. É difícil entender mas vamos esmiuçar um pouco.

“Agentes públicos são os detentores da mais elevada hierarquia da organização da Administração Pública ou, em outras palavras, são os que ocupam cargos que compõem sua alta estrutura constitucional. Estão voltados, precipuamente, à formação da vontade superior da Administração Pública ou incumbidos de traçar e imprimir a orientação superior a ser observada pelos órgãos e agentes que lhes devem obediência (...)”!
Diógenes Gasparini – Professor e autor do livro Direito Administrativo (Saraiva).

Isso, por si só, deveria ser restritivo para qualquer agente público (Ministro, por exemplo) ter, ou ter tido sob perspectiva iminente de assumir o cargo, empresas que estivessem diretamente sob acatamento de suas futuras ordens e orientações. É o princípio da quarentena quando o mesmo deixa o cargo. Some-se a isso o princípio constitucional da moralidade.

Mas isso é só para ser lido em livros onde leis capengas são garantidas por legisladores mais capengas ainda e defendido por filhos de Desembargadores espertos, confundindo a cabeça do povo que mal sabe falar e assinar seu próprio nome.

Estou dizendo isso para mostrar que o nosso país é um país de faz-de-conta. De um farisaísmo de dar inveja aos antigos vendilhões do templo.

Mas se é do time, tudo bem! Pode! “Não temos nada a averiguar. Foi tudo apresentado e aceito pela Receita Federal, pela Polícia Federal, pelo COAF, pelo Conselho de Ética da Presidência da República, etc., etc., etc., como normal. É tudo contabilizado, impostos recolhidos, taxas idem, encargos sociais em dia. ‘Tá’ tudo certo”.
Então ‘tá’!

E daí? Vamos ficar quietos? Não vamos cobrar mais nada como se nada tivesse acontecido. Afinal quem fiscaliza são os mesmos que aprovam, julgam e liberam. Assim vamos nós, com todos os Ministros, uns donos do cofre, outros donos das cidades e tem o Chefe de Casa Civil ou do Palácio ou Pallócio Civil.
Um Servidor para ser nomeado para o 4º escalão do governo tem que apresentar até certidão negativa na quitanda de verduras da esquina da casa dele, caso contrário, é eliminado numa canetada simples pelo Chefe do Pallócio Civil. Este não pode ser o meu país nem o seu.  E NÃO SERÁ!!!

Um comentário:

  1. Mais estranho ainda são os empossados em comissões de Ética "entenderem" que nada há para ser questionado. O mínimo que se pode fazer nesse caso é questionar. Parabenizo-o pela clareza de raciocínio e pela elegância como apresenta seus questionamentos. Se a nação é nossa, não pode haver privilégios ante os preceitos legais e morais. Abraços!

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