sábado, 4 de agosto de 2012

EDITORIAL



Estamos novamente no palco para mais uma apresentação da ópera bufa “ 0 MENSALÃO”. Agora, além dos protagonistas maiores, como Zé Dirceu, Delúbio Soares, José Jenoíno,  João Paulo Cunha e os demais cavaleiros do apocalipse moral, temos também artistas de primeira grandeza como os Ministros Ricardo Lewandowski e Joaquim Barbosa, para sermos econômicos na matéria.
Claro que os incrédulos, como eu, não esperamos mais que uma pizza ao gosto dos poderes constituídos, porque um resultado de verdade e de justiça não interessa ao quadro de atores dessa triste encenação. Fica mais econômico investir numa acusação mais acentudada ao caso Cachoeira. Afinal, mesmo tendo um bando em suas mãos, ou em suas águas, Cachoeira é sempre um alvo mais fácil e de menor reação. Seria, ao final do juízo, a palavra dele contra a de todos os outros envolvidos – e olha que são muitos e importantes. Como sempre, a corda arrebenta para o lado mais fraco. Apesar do dinheiro envolvido, o poder está acima dos valores financeiros. Podemos perder alguns ovos de ouro mas não podemos matar a galinha que os põe.
Essa é a máxima dos governantes donos da galinha mãe.
Enquanto isso, a campanha eleitoral deste ano está em fervura branda, para a preparação da “mãe de todas as campanhas” que ocorrerá em 2014 para a Presidência da República e do Congresso Nacional. Os possíveis prefeitos eleitos serão como sempre, cabos eleitorais de luxo a um custo relativamente baixo para os presidenciáveis em potencial.
O que o povo brasileiro espera há  mais de 500 anos, é que o DNA da corrupção saia das nossas entranhas, nos livrando desse cancro lancinante que nos corrói e nos envergonha desde a descoberta no nosso Brasil.
Falando em corrupção, não podemos deixar de lembrar que teremos aqui em nosso país, as Olimpíadas em 2014 e a Copa do Mundo em 2016, motivo de tantas idas e vindas, obras e contra-obras que, certamente, envolverá uma enorme quantia em dinheiro que dará pra todos os projetos e bolsos possíveis e necessários. A saúde, a Educação, a Segurança, a Infraestrutura, ficam para as próximas  Olimpíadas ou para as próximas Copas. O povo que espere para morrer. O governo tem outras prioridades como já dissemos. Primeiro os meus, depois os filhos do Mateus.
Assim vamos continuando a história do Brasil, tão bem ensinada pela minha querida professora Dona Maria Antonieta, nos tempos do Colégio Arnolfo Azevedo, na então pacata cidade de Lorena. Aliás, Lorena é o retrato 3x4 da realidade do nosso país.
Digo isso com muita dor no coração, mas com uma esperança maior que a dor.
Estamos caminhando (devagar), na sedimentação da democracia, pela qual lutamos tanto e tantos. Ou viver a pátria livre (da corrupção) ou morrer pelo Brasil!

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